Carta aberta dos servidores do Arquivo Nacional à comunidade acadêmica
- ASSAN 2025
- 26 de jun. de 2017
- 2 min de leitura
O Arquivo Nacional vive hoje a pior crise de sua história, e ela não ocorre por acaso. Nos últimos meses a História e a Memória têm sofrido constantes ataques, assim como a produção acadêmico-científica de maneira geral. A Reforma do Novo Ensino Médio pôs em cheque o ensino de História, Sociologia e Filosofia. A UERJ passou longo período de portas fechadas, assim como aconteceu com o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. O Programa Ciência Sem Fronteiras acabou, assim como as bolsas e o fomento à pesquisa foram reduzidos drasticamente. Nos acostumamos a acompanhar o processo de precarização da Biblioteca Nacional. Recentemente tivemos o episódio do Diretor do AN que passou por cima de uma deliberação do próprio Conselho Nacional de Arquivos e estamos assistindo atônitos à tramitação no Congresso do projeto que prevê a destruição dos originais de todos os documentos que já tenham sido digitalizados. Já passou da hora de percebermos como tudo isso faz parte de um mesmo contexto de desvalorização da História e da Memória e, consequentemente, das instituições e profissionais responsáveis pela sua preservação e promoção.O Arquivo Nacional agora é a "bola da vez". Seu cargo de Diretor-Geral está sendo leiloado para aprovar as Reformas e o órgão está sofrendo um corte de verbas tamanho que pode significar o seu fechamento, tendo impacto direto sobre o trabalho dos pesquisadores que precisam do seu acervo. Esse é o papel que o Governo Federal relega às instituições arquivísticas e a importância que dá às atividades dos profissionais de arquivo e de memória, sejam arquivistas, historiadores, cientistas sociais, bibliotecários, cientistas da informação, entre outros. Não podemos continuar assistindo isolados. Convocamos todos os colegas e todos os pesquisadores a se fazerem presentes e a todas as entidades a darem o seu apoio institucional à nossa Campanha em Defesa do Arquivo Nacional. Mais do que uma campanha em defesa de um órgão, trata-se da defesa de um Serviço Público de qualidade, da importância das instituições de arquivo e de memória e de seus profissionais, assim como da produção acadêmico-científica que deles dependem. É, em última análise, uma campanha em defesa da História e da Memória nacionais. Todos ao Ato Público em Defesa do Arquivo Nacional, no dia 30 de junho, sexta-feira, às 11h00, na escadaria da sede do Arquivo Nacional, no Centro do Rio de Janeiro! Não ao fechamento do Arquivo! Eleição para Diretor-Geral! Não às Reformas Trabalhista e da Previdência!
*Publicado originalmente no Facebook, 26/06/2017

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